domingo, 14 de junho de 2015

RESENHA: Dark Syde - The Apocalypse Bell Part II: Legacy Of Shadows


Rising Records (Jun/2015)

DARK SYDE é uma banda que há 24 anos vem moldando sua identidade tanto na parte musical como em sua formação que, segundo seu fundador TALES GROO (guitarrista), já somam mais de 20. Em seu primeiro álbum “Eclipsed Soul” (2004), os elementos de Metal Melódico tendenciavam ao Thrash Metal, em consequência, e com troca de membros, a banda lança “Prayers in Doomsday” (2012) surpreendendo a todos com uma produção elevada e direcionamento voltado ao Heavy/Thrash Metal. Essa última fase se vai e a chegada da atual com novos membros, resulta neste lançamento encarnado no mais impiedoso Thrash Metal.

O “play” vem com oito faixas inéditas a começar por “The Apocalypse Bell Part II” que é um prelúdio que dá continuação à última canção de “Prayers in Doomsday”, “The Apocalypse Bell”. As primeiras aparições do vocal de MARCELO FALCÃO já denunciam ao fã o que ele encontrará pela frente, e logo perceberá que as influências de nomes como ROB HALFORD do último vocalista, não se farão presentes neste álbum.

“Legacy of Shadows” já é conhecida de seu público por fazer parte do repertório ao vivo há algum tempo, mas a brutalidade de sua versão de estúdio não é parcial. Velocidade, refrão que chama para o coral e solos bem alternados fazem a sua receita.

“Human Pest Control” é uma das que mais representam a nova evolução com sua pegada bem direta sustentada por uma cozinha matadora, porém, os solos trazidos da escola do Metal Tradicional, ainda é uma evidência entre as influências do compositor e guitarrista, TALES GROO (único da formação do último álbum).

Por falar em último álbum, o ex – baixista RENATO FILTRO contribui no CD gravando o baixo de “Megashits on Microminds”, também já conhecida dos fãs através dos palcos recentes. Seu refrão é um dos mais poderosos devido às partes de BOSCO LACERDA (baterista) que causa impacto sobre as bases.

O solo inicial acompanhado de um riff pesado e baixo em profusão anuncia a entrada de “Dust Devil”.  Esta também é uma das primeiras músicas compostas para este registro e possui as já características cavalgadas do DARK SYDE.

A cozinha funciona perfeita em “Final State of Violence”, faixa de andamento mais homônimo em seus riffs e que faz MARCELO lembrar muito MAX CAVALERA ao cantar algumas partes.

Falando sobre as qualidades do novo vocalista, em “Escape from the Doom Desert” ele foge um pouco da sua zona de conforto formada por semiguturais e arrisca entonações mais rasgadas, mas em outro momento, prova também que não desafina com vocais limpos. (pasme, mas MARCELO já foi vocalista de uma banda cover de BLIND GUARDIAN).

Uma das partes mais importantes do álbum está em “Domination Underground” –, não pela música, mas pelo que ela representa: um verdadeiro tributo ao cenário de Fortaleza. A faixa ganhou videoclipe e conta uma história contendo inúmeros nomes de bandas locais. Musicalmente, contém riffs menos agressivos e é bastante cadenciada, mas prima pelo valor do registro.

A arte gráfica concebida pelo mesmo artista que desenhou a capa de “Prayers in Doomsday” transmite toda a ideia das letras (que vêm grafadas no livreto junto de inúmeras imagens). O material impresso também contribui para a ótima qualidade do produto, que se finaliza com uma produção adequada aos padrões atuais exigidos.

Leonardo M. Brauna 


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