foto por Gabriel Bessa |
por Leonardo M. Brauna
O Ceará já é conhecido em todo Brasil pela revelação constante de nomes que fortalecem a cena underground no quesito música extrema. O que poucos não conhecem, é o talento de vários grupos que atendem por vertentes mais virtuosas dentro do mesmo cenário. É o caso de Jack The Joker, uma banda que vem apostando na modernidade musical desde 2012, mas que valoriza a essência de belas notas tiradas do Progressivo, unindo-as ao peso do Heavy Metal. Vamos conferir o que Rafael Joer (vocal), Lucas Arruda (baixo), Vicente Ferreira (bateria), Felipe Facó e Lucas colares (guitarras) têm a dizer sobre esse trabalho.
Como a banda ver o crescimento do Progmetal mundialmente?
O progressivo, por essência, tende a ser um estilo mais neutro e abrangente. Dentro da mesma esfera, encaixam-se Dream Theater, Symphony X, Opeth, Porcupine Tree, A.C.T., Enchant, Evergrey, Pain Of Salvation e uma série de bandas que, se ouvidas uma a uma, de fato se define um ou outro elemento em comum, mas a abrangência somada à capacidade de se reinventar dentro de si são pontos-chave no estilo. Junto disso, a saturação de estilos outrora bastante visados, também leva o público a buscar novas fontes.
Em Fortaleza, bandas como Sleeping Awake abriram portas importantes para o estilo, e Jack The Joker está dando continuidade à solidificação desse espaço. Qual a opinião de vocês em relação à atenção do público local?
Em Fortaleza, bandas como a Tiglath, Alliance, Frozen Fire e Insanity Dawn, todas estas em estilos próximos ao mencionado e de elaboradas em altíssimo nível, no começo e meio dos anos 2000, foram determinantes para alavacar a cena como um todo e foram referência na nossa adolescência. Estamos buscando trabalhar como tais bandas e acreditamos que possa haver um crescimento a partir de um material elaborado com esmero.O público tem passado um ‘feedback’ bastante interessante até então, e acreditamos que, se oferecermos condições de fazer um show legal, ele pode abraçar nossa causa.
Here Again e Ordinary Men foram lançadas em 2012, mas agora constam no primeiro álbum de vocês, In The Rabbit Hole, lançado em julho de 2014. Como chegaram a essa decisão?
Here Again e Ordinary Men foram duas das primeiras músicas compostas por nós. Como foram gravadas de forma completamente caseira, descompromissada e mixada/masterizada por nós mesmos, decidimos que as duas mereciam uma nova roupagem, aproveitando toda a minúncia que usamos para a gravação das outras trilhas do álbum.
O som de vocês às vezes traz uma linha bem agressiva, deixando o lado progressivo com passagens apenas sutis, é o caso de Jack Ketch e Awake. Fale-nos sobre o desenvolvimento artístico da banda desde o seu começo.
O Jack The Joker, para esse primeiro disco, contou em maior parte com composições de projetos anteriores, como Samhainfall e Brutall Project, que foram escolhidas a dedo. A amplitude de estilos também se dá pelo fato de termos músicas compostas entre o ano de 2008 e 2013. Com relação a Jack Ketch e Awake, elas representam o lado bom do progressivo: procuramos explorar distintos elementos, sem fugirmos do que nos propusemos a fazer.
Essas músicas também traz alguns elementos que as pessoas podem associar hoje como Metalcore. Concorda?
Na verdade, não sabemos fazer Metalcore (risos). Talvez pela essência, que vem de uma base progressiva. Mas certamente o Thrash Metal é bastante perceptível nas duas músicas citadas, bem como uma característica mais extrema foi explorada na Nothing Lasts Forever. A própria Ordinary Men conta com uma agressividade na voz do Joer que remete bem ao Phil Anselmo, ao Russel Allen. O Jack The Joker se propõe a criar algo a partir da criatividade individual de cada um, e aproveita suas influências sem distinção de “novo” ou “velho”, “moderno” ou “tradicional”. Acreditamos que música boa pode ser música recente ou antiga, já que isso não necessariamente vai definir sua qualidade.
Better Times mantem a proposta da boa melodia, mas se harmoniza com o peso. Aí já percebemos que a banda gosta de experimentar e não se apega a uma única linha de som.
Sim, a Better Times representa uma linha de composição mais direta, no qual buscamos dar maior ênfase aos vocais do Joer. Prophets Of The Profit ora tem uma pegada mais tradicional, ora conta com elementos progressivos ou da música contemporânea, e por aí vai.
Nothing Last Forever contém ótimos arranjos e melodia. Como veio a ideia de chamar Jeferson Veríssimo (In No Sense) para participar?
Ao elaborarmos um trecho mais Death Metal na Nothing Lasts Forever, pensamos em inserir um vocal mais agressivo que representasse a explosão da passagem. Por gostarmos dos vocais do Jeferson, um grande amigo do Jack The Joker, fizemos o convite e ele topou fazer essa participação, sempre com um clima bastante agradável, e deixar seu registro no nosso álbum.
A cozinha rouba a cena em Darkness No More, principalmente com as partes de baixo. Essa coisa de cada integrante mostrar o seu talento dentro da banda, me parece ser bastante valorizada.
A ideia em Darkness No More é, na verdade, o quão interessante possa soar o trabalhando individual em conjunto. Trabalhar um verso todo no ‘slap’ causa uma sonoridade bem interessante e peculiar, não muito convencional no Metal. Dá uma sensação de ‘groove’ e tende a prender a atenção de quem ouve. Se cada membro da banda tem recursos a oferecer, por que não utilizá-los? (risos)
O disco foi lançado através de serviços de ‘streaming’. Haverá um lançamento físico do álbum?
O disco será lançado em formato físico no mês de novembro, bem como alguns ‘merchans’, tipo camisa etc. Por enquanto, o disco In The Rabbit Hole está disponível no Deezer, Spotify, Rdio e Grooveshark, e atualmente estamos lançando no YouTube uma música por semana.
Obrigado pela entrevista, pode deixar as suas considerações finais.
O Jack The Joker agradece aos leitores do Rock-CE, ao próprio Rock-CE e ao Leonardo M. Brauna pelo interesse, espaço e apoio com essa entrevista. Quem quiser ficar por dentro do conteúdo do Jack The Joker, pode acessar www.facebook.com/jackthejokerbr, curtir nossa página e acompanhar o conteúdo que lançamos lá semanalmente, como vídeos, músicas, shows e novidades em geral. Em novembro, estaremos lançando o álbum em formato físico e teremos alguns shows de lançamento, tanto em Fortaleza quanto em outras cidades do Nordeste. Tudo isso pode ser acompanhado pelas redes sociais. Deixamos com vocês os links do ‘clip/lyric’ de Awake e Darkness No More, e esperamos que vocês curtam. Valeu!
Música Awake:
Música Darkness No More:
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