sábado, 30 de agosto de 2014

BURNING TORMENT: dedicação e convicção em álbum de estréia

Uma das bandas mais brutais do Death Metal no Nordeste, está prestes a apresentar ao cenário nacional o seu trabalho de estréia. O grupo que conseguiu respeito imediato com uma demo de apenas cinco músicas, vem desde 2011 satisfazendo a nata de um dos públicos mais exigentes do Metal. O trabalho perfeito com produção acima da média de seu “pequeno” petardo, ganhará conotações ainda mais superiores em seu ‘debut’. Para falar sobre esse processo, convidamos o guitarrista Ricardo Linhares e um dos fundadores, Jairo Alexandre (baixista) que responderam também sobre a proposta do Burning Torment ideologicamente.



Em 2013 falei sobre minha surpresa em ver o Burning Torment como uma banda que resgata o sangue do Death Metal. A sua demo, Darkness Reborn de 2011, antes das minhas observações, já havia transitado por alguns dos maiores veículos especializados do Metal Extremo, conquistando muitos elogios. Como é sentir esse reconhecimento para uma banda relativamente nova no cenário?
Ricardo Linhares: É extremamente gratificante ser reconhecido pelo nosso trabalho, mesmo sendo o Burning Torment uma banda da nova safra de nomes do Metal extremo nordestino.

Recentemente, em entrevista à revista "Roadie Crew" edição #186, o Envoke referiu o Burning Torment como parte de suas influências locais. Isso confirma mais ainda a competência do trabalho que vocês vêm trilhando nesses três anos de formação. Quais outros grupos de sua cidade, você acha que também deve ter uma melhor atenção por parte do público undergrond?
Ricardo: Nós também admiramos bastante o trabalho do Envoke que, além de serem nossos amigos, é uma puta banda e carrega a bandeira do Metal negro. Na nossa cidade existem várias outras que, com certeza, merecem mais atenção. Podemos citar, Evil Land, Nfúria, Gorewar, Krenak, Warbiff, Agressive, Toxic Trash e bandas recém criadas como, Berserk e os brothers do Decomposing que vêm honrando o Metal extremo cerarense, dentre outras bandas do nosso cenário.

Depois de tocar em eventos importantes (inclusive em um deles dividindo palco com Benediction em 2013), vocês entraram 2014 com mais shows até fora do estado e, agora, nesse segundo semestre, preparam o primeiro álbum completo. Há quanto tempo vocês já vinham criando novas composições?
Jairo Alexandre: Após o lançamento de Darkness Reborn, ocorreu a saída de nosso antigo batera, David Kollias (Facada, Monge e Decomposing), e por conta disso o Burning Torment passou um tempo parado até a entrada de um novo baterista. Além disso, também colocamos mais uma guitarra, onde quem assumiu foi Ricardo. Devido a essas mudanças, conseguimos adiar o lançamento de nosso ‘debut’.

Luiz Paulo (vocal), Mardônio Malheiros (bateria), Ricardo Linhares, Jairo Alexandre e Ednardo (guitarra)


Como está sendo o trabalho de produção desta nova empreitada? A qualidade deverá seguir o mesmo caminho da demo (que diga-se, ficou muito bem sonorizada), ou haverá toques a mais de perfeição?
Ricardo: Esse álbum trará dez faixas inéditas, e uma delas contará com a participação de integrantes de três bandas locais: David Kollias, Júnior Queiroz (Evil Land e Tempus Edax Rerum) e Tjota Cassimiro (Nfúria). Com certeza esse próximo trabalho virá com ótima produção e irá agradar bastante.

Hoje, Fortaleza dispõe de lugares qualificados em captação de sons para gravações. Isso vem amenizando a saída de materiais para outros lugares no intuito de conseguir uma boa produção. Qual estúdio foi escolhido para recepcionar o trabalho da banda?
Alexandre: Nosso debut está sendo gravado por nosso amigo, produtor e músico, Paulo Eduardo no “Estúdio Ruído 111”, onde foi gravado o nosso primeiro trabalho. Já conhecemos suas qualidades, por isso confiamos a produção do nosso primeiro ‘full length’ em suas mãos sem receios, e, com certeza, teremos um ótimo resultado.



Como bom representante do Black Death Metal, o Burning Torment usa sua mensagem em prol da libertação do domínio religioso. A religiosidade, no entanto, estende-se também à uma parte do satanismo (o teísta, que tem satan como ser presente e adorado) –, mas há uma outra parte (a de Anton Lavey) que usa a figura de Satan apenas como simbologia da carnalidade e individualismo. Qual a posição da banda nesse sentido?
Ricardo:  O Burning Torment tem a figura de Satan, na verdade, como oposição ao cristianismo, doença que foi espalhada pela terra. Nós repudiamos qualquer envolvimento com religiões. Evitamos criar discussões sobre o assunto, o recado então, damos em cima do palco ou no CD.

Este mesmo assunto tem atraído grupos a usarem a figura do satanismo como meio de promoção ou conquista de alguns likes no Facebook, por exemplo. Hoje, até no meio ‘mainstream’ existem bandas usando a mensagem satânica como base de suas músicas. Como você vê essa ascendência toda?
Ricardo: Pois é, vemos isso na cena local. Expor em sua música a sua ideia é algo indispensável – às vezes o radicalismo se torna necessário dependendo do comportamento, mas achamos que o importante mesmo é mostrar em suas músicas o que você pensa, não querer regrar o que outras pessoas fazem.

Muito obrigado por essa oportunidade, e espero poder contemplar logo o novo trabalho do Burning Torment. Deixe uma mensagem aos seguidores da banda.
Ricardo: Nós agradecemos o convite, e o que temos a dizer para as pessoas que acompanham o nosso trabalho é que, estamos preparando um material bem pesado e, com certeza, não vai perder a essência Death Metal mostrada no nosso primeiro registro. Em breve disponibilizaremos um ‘single’ para vocês conferirem. Death Metal Rules!


Contato: facebook.com/burningtormentdeath666 

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