Uma das bandas mais brutais
do Death Metal no Nordeste, está prestes a apresentar ao cenário nacional o seu
trabalho de estréia. O grupo que conseguiu respeito imediato com uma demo de
apenas cinco músicas, vem desde 2011 satisfazendo a nata de um dos públicos
mais exigentes do Metal. O trabalho perfeito com produção acima da média de seu
“pequeno” petardo, ganhará conotações ainda mais superiores em seu ‘debut’. Para
falar sobre esse processo, convidamos o guitarrista Ricardo Linhares e um dos
fundadores, Jairo Alexandre (baixista) que responderam também sobre a proposta
do Burning Torment ideologicamente.
Em
2013 falei sobre minha surpresa em ver o Burning Torment como uma banda que
resgata o sangue do Death Metal. A sua demo, Darkness Reborn de 2011, antes das minhas observações, já havia
transitado por alguns dos maiores veículos especializados do Metal Extremo,
conquistando muitos elogios. Como é sentir esse reconhecimento para uma banda
relativamente nova no cenário?
Ricardo
Linhares: É extremamente gratificante ser reconhecido pelo nosso
trabalho, mesmo sendo o Burning Torment uma banda da nova safra de nomes do
Metal extremo nordestino.
Recentemente,
em entrevista à revista "Roadie Crew" edição #186, o Envoke referiu o
Burning Torment como parte de suas influências locais. Isso confirma mais ainda
a competência do trabalho que vocês vêm trilhando nesses três anos de formação.
Quais outros grupos de sua cidade, você acha que também deve ter uma melhor
atenção por parte do público undergrond?
Ricardo:
Nós
também admiramos bastante o trabalho do Envoke que, além de serem nossos
amigos, é uma puta banda e carrega a bandeira do Metal negro. Na nossa cidade
existem várias outras que, com certeza, merecem mais atenção. Podemos citar,
Evil Land, Nfúria, Gorewar, Krenak, Warbiff, Agressive, Toxic Trash e bandas recém
criadas como, Berserk e os brothers do Decomposing que vêm honrando o Metal extremo
cerarense, dentre outras bandas do nosso cenário.
Depois
de tocar em eventos importantes (inclusive em um deles dividindo palco com
Benediction em 2013), vocês entraram 2014 com mais shows até fora do estado e,
agora, nesse segundo semestre, preparam o primeiro álbum completo. Há quanto
tempo vocês já vinham criando novas composições?
Jairo
Alexandre: Após o lançamento de Darkness Reborn, ocorreu a saída de nosso antigo batera, David
Kollias (Facada, Monge e Decomposing), e por conta disso o Burning Torment
passou um tempo parado até a entrada de um novo baterista. Além disso, também
colocamos mais uma guitarra, onde quem assumiu foi Ricardo. Devido a essas
mudanças, conseguimos adiar o lançamento de nosso ‘debut’.
Luiz Paulo (vocal), Mardônio Malheiros (bateria), Ricardo Linhares, Jairo Alexandre e Ednardo (guitarra)
Como
está sendo o trabalho de produção desta nova empreitada? A qualidade deverá
seguir o mesmo caminho da demo (que diga-se, ficou muito bem sonorizada), ou
haverá toques a mais de perfeição?
Ricardo:
Esse
álbum trará dez faixas inéditas, e uma delas contará com a participação de
integrantes de três bandas locais: David Kollias, Júnior Queiroz (Evil Land e
Tempus Edax Rerum) e Tjota Cassimiro (Nfúria). Com certeza esse próximo
trabalho virá com ótima produção e irá agradar bastante.
Hoje,
Fortaleza dispõe de lugares qualificados em captação de sons para gravações.
Isso vem amenizando a saída de materiais para outros lugares no intuito de
conseguir uma boa produção. Qual estúdio foi escolhido para recepcionar o
trabalho da banda?
Alexandre:
Nosso
debut está sendo gravado por nosso amigo, produtor e músico, Paulo Eduardo no “Estúdio
Ruído 111”, onde foi gravado o nosso primeiro trabalho. Já conhecemos suas
qualidades, por isso confiamos a produção do nosso primeiro ‘full length’ em
suas mãos sem receios, e, com certeza, teremos um ótimo resultado.
Como
bom representante do Black Death Metal, o Burning Torment usa sua mensagem em
prol da libertação do domínio religioso. A religiosidade, no entanto,
estende-se também à uma parte do satanismo (o teísta, que tem satan como ser
presente e adorado) –, mas há uma outra parte (a de Anton Lavey) que usa a
figura de Satan apenas como simbologia da carnalidade e individualismo. Qual a
posição da banda nesse sentido?
Ricardo: O Burning Torment tem a
figura de Satan, na verdade, como oposição ao cristianismo, doença que foi
espalhada pela terra. Nós repudiamos qualquer envolvimento com religiões. Evitamos
criar discussões sobre o assunto, o recado então, damos em cima do palco ou no
CD.
Este
mesmo assunto tem atraído grupos a usarem a figura do satanismo como meio de
promoção ou conquista de alguns likes no Facebook, por exemplo. Hoje, até no
meio ‘mainstream’ existem bandas usando a mensagem satânica como base de suas
músicas. Como você vê essa ascendência toda?
Ricardo:
Pois
é, vemos isso na cena local. Expor em sua música a sua ideia é algo
indispensável – às vezes o radicalismo se torna necessário dependendo do
comportamento, mas achamos que o importante mesmo é mostrar em suas músicas o
que você pensa, não querer regrar o que outras pessoas fazem.
Muito
obrigado por essa oportunidade, e espero poder contemplar logo o novo trabalho
do Burning Torment. Deixe uma mensagem aos seguidores da banda.
Ricardo:
Nós
agradecemos o convite, e o que temos a dizer para as pessoas que acompanham o
nosso trabalho é que, estamos preparando um material bem pesado e, com certeza,
não vai perder a essência Death Metal mostrada no nosso primeiro registro. Em breve
disponibilizaremos um ‘single’ para vocês conferirem. Death Metal Rules!
Contato:
facebook.com/burningtormentdeath666
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