Em
2009 quatro “cabeças-chatas” de Caucaia resolveram se unir em prol do Thrash
Metal. A contribuição desses jovens para a existência do Metal não apenas em
sua cidade, mas principalmente em Fortaleza, é uma das mais cultuadas pelo
underground local – isso se deve ao domínio prematuro de palco e composições
que se encaixam no conceito de cada Headbanger. O Agressive é uma banda que não
disse a que veio, e assim conseguiu surpreender os que lhe acompanham desde o
início e mantém viva a mesma veia hoje. O vocalista Diego Barbosa nos recebeu e
comentou sobre o sucesso da banda.
Rock-CE:
No início a banda comentava que seu surgimento se deu como resposta ao
crescimento do ‘Emocore’ em sua região, movimento este que chama mais a atenção
de adolescentes. Como estão os propósitos da banda hoje, já que vocês entraram
para a maioridade há algum tempo e, com certeza, adquiriram mais experiência?
Diego
Barbosa: Sim. Durante esses
cinco anos de banda a gente evoluiu muito, tanto musicalmente como
ideologicamente. O propósito da banda continua a ser o mesmo, ou seja, fazer um
som mais rápido e cada vez mais evoluído e sempre repudiando tudo que nos deixa
insatisfeito!
Rock-CE:
Há alguns anos Fortaleza abraçou o cenário thrasher oitentista e, com isso,
surgiram nomes fundamentais para a pulsação desse movimento, é o caso de Fist
Banger, Toxic Trash, Sodor e o próprio Agressive, mas agora bandas de estilos como,
Hard Rock, Metal Melódico e Gothic Metal estão se mostrando e conseguindo
juntar públicos numerosos. O que você acha dessa diversidade crescente no
cenário atual?
Diego: Isso
é muito bom para cena local. Pois sempre terá festivais para eu ir (risos), ver
bandas de outros estilos surgindo mostrando o som que não está morto é muito
gratificante. Pois nos não nos prendemos a um só estilo.
Rock-CE:
Uma coisa que parece não cessar no Brasil é a divisão do cenário sobre autoral
e cover. Em Fortaleza chega a ser gritante essa discussão. Qual a posição da
banda?
Diego:
Realmente em Fortaleza, nos shows
de bandas covers o publico é maior do que em shows de bandas autorais. Bandas
autorais que sempre estão no estúdio quebrando a cabeça para fazer música,
diga-se de passagem. Eu particularmente não curto bandas que só vivem de tocar
covers, mas um tributo a um som não sou contra.
Rock-CE:
Vocês conseguem agitar o mosh intensamente. Aquelas pessoas que se sentiam
representadas por vocês lá no começo, hoje continuam seguindo-os, mas o
interessante é que os que estão chegando também passam a se identificar com o
som. Como você reagiria se o Agressive fosse lembrado como “a banda da
meninada”?
Diego:
Eu ficaria com um sentimento
de dever cumprido, é sempre bom ver que a galera curte o nosso som, isso nós dá
mais força pra seguir em frente.
Rock-CE:
Um fator bem vindo é que a faixa etária mais participativa e que mais movimenta
a cena, é justamente a dessa “meninada”. Isso deve ser motivo de orgulho para a
banda, correto?
Diego:
Sim. Pois ver essa galera
nova surgindo lembra-nos quando tínhamos quinze anos de idade sempre em
festivais e bebedeiras, curtindo todos os dias sem preocupação com nada. Agora nós
ficamos mais velhos e algumas responsabilidades apareceram.
Rock-CE:
Recentemente, vocês abriram pela segunda vez o show do Skull Fist em Fortaleza.
A banda como sempre fez ótimo papel em palco, mas na maioria do set o baixista
Jardel “Stick” teve que tocar sentado. O que houve com o músico ou seu
instrumento?
Diego:
Infelizmente Jardel teve um problema
com o baixo. Pois a correia tinha se quebrado, mas isso não foi nenhum problema
para nós, no decorrer do show a gente zoava muito com a cara dele, isso era o
mais legal, foi muito engraçado (risos).
Rock-CE:
Como a banda ver o apoio de administrações públicas à cena Heavy Metal? O Ceará
possui um cenário onde cada vez mais secretarias de cultura entram com algum
recurso para realização de eventos. Isso mantém dividida a opinião dos bangers
onde alguns repudiam a associação do underground a políticas públicas.
Diego:
Muitos organizadores lutam
pra acontecer eventos como “Rock Cordel” e “ForCaos”. Eventos que têm apoio de
administrações públicas. No meu ponto de vista eventos como esses ajudam muitas
bandas a laçar seu material por causa do cachê. Nosso primeiro material, por
exemplo, veio com ajuda do “Rock Cordel”, pois não tínhamos condições
financeiras de lançar uma demo na época.
Rock-CE:
Vocês já liberaram duas demos e estão com uma formação consistente. Quais os
projetos que a banda pretende pôr em prática em 2015?
Diego:
Bem, pretendemos lançar
agora um full length. Provavelmente daqui pro meio do ano estaremos com alguma
coisa nova, pois estamos trabalhando pra isso.
Rock-CE:
A banda pretende compor com os mesmos temas que vem sendo abordados, ou há um
interesse em expandir seus assuntos?
Diego:
Nas duas demos que a gente lançou
sempre falávamos muito de guerra e política. A gente mudou um pouco, estamos
mais abordando o assunto sobre religião. Uma coisa q a gente acha inútil.
Rock-CE:
Agradecemos por atender o nosso convite, pode deixar recado aos fãs da banda.
Diego: Eu que agradeço, grande Leonardo! Quero
agradecer também a toda galera de Fortaleza, nossos amigos que estão sempre comparecendo
e agitando nosso show. Que esse legado permaneça sempre!
Fotos: Arquivo Underground / Gandhi Guimarães / André Rocha
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