terça-feira, 28 de outubro de 2014

Agressive: comemorando meia década de agressividade

Em 2009 quatro “cabeças-chatas” de Caucaia resolveram se unir em prol do Thrash Metal. A contribuição desses jovens para a existência do Metal não apenas em sua cidade, mas principalmente em Fortaleza, é uma das mais cultuadas pelo underground local – isso se deve ao domínio prematuro de palco e composições que se encaixam no conceito de cada Headbanger. O Agressive é uma banda que não disse a que veio, e assim conseguiu surpreender os que lhe acompanham desde o início e mantém viva a mesma veia hoje. O vocalista Diego Barbosa nos recebeu e comentou sobre o sucesso da banda.



Rock-CE: No início a banda comentava que seu surgimento se deu como resposta ao crescimento do ‘Emocore’ em sua região, movimento este que chama mais a atenção de adolescentes. Como estão os propósitos da banda hoje, já que vocês entraram para a maioridade há algum tempo e, com certeza, adquiriram mais experiência?
Diego Barbosa: Sim. Durante esses cinco anos de banda a gente evoluiu muito, tanto musicalmente como ideologicamente. O propósito da banda continua a ser o mesmo, ou seja, fazer um som mais rápido e cada vez mais evoluído e sempre repudiando tudo que nos deixa insatisfeito!

Rock-CE: Há alguns anos Fortaleza abraçou o cenário thrasher oitentista e, com isso, surgiram nomes fundamentais para a pulsação desse movimento, é o caso de Fist Banger, Toxic Trash, Sodor e o próprio Agressive, mas agora bandas de estilos como, Hard Rock, Metal Melódico e Gothic Metal estão se mostrando e conseguindo juntar públicos numerosos. O que você acha dessa diversidade crescente no cenário atual?
Diego: Isso é muito bom para cena local. Pois sempre terá festivais para eu ir (risos), ver bandas de outros estilos surgindo mostrando o som que não está morto é muito gratificante. Pois nos não nos prendemos a um só estilo.



Rock-CE: Uma coisa que parece não cessar no Brasil é a divisão do cenário sobre autoral e cover. Em Fortaleza chega a ser gritante essa discussão. Qual a posição da banda?
Diego: Realmente em Fortaleza, nos shows de bandas covers o publico é maior do que em shows de bandas autorais. Bandas autorais que sempre estão no estúdio quebrando a cabeça para fazer música, diga-se de passagem. Eu particularmente não curto bandas que só vivem de tocar covers, mas um tributo a um som não sou contra.

Rock-CE: Vocês conseguem agitar o mosh intensamente. Aquelas pessoas que se sentiam representadas por vocês lá no começo, hoje continuam seguindo-os, mas o interessante é que os que estão chegando também passam a se identificar com o som. Como você reagiria se o Agressive fosse lembrado como “a banda da meninada”?
Diego: Eu ficaria com um sentimento de dever cumprido, é sempre bom ver que a galera curte o nosso som, isso nós dá mais força pra seguir em frente.



Rock-CE: Um fator bem vindo é que a faixa etária mais participativa e que mais movimenta a cena, é justamente a dessa “meninada”. Isso deve ser motivo de orgulho para a banda, correto?
Diego: Sim. Pois ver essa galera nova surgindo lembra-nos quando tínhamos quinze anos de idade sempre em festivais e bebedeiras, curtindo todos os dias sem preocupação com nada. Agora nós ficamos mais velhos e algumas responsabilidades apareceram.

Rock-CE: Recentemente, vocês abriram pela segunda vez o show do Skull Fist em Fortaleza. A banda como sempre fez ótimo papel em palco, mas na maioria do set o baixista Jardel “Stick” teve que tocar sentado. O que houve com o músico ou seu instrumento?
Diego: Infelizmente Jardel teve um problema com o baixo. Pois a correia tinha se quebrado, mas isso não foi nenhum problema para nós, no decorrer do show a gente zoava muito com a cara dele, isso era o mais legal, foi muito engraçado (risos).



Rock-CE: Como a banda ver o apoio de administrações públicas à cena Heavy Metal? O Ceará possui um cenário onde cada vez mais secretarias de cultura entram com algum recurso para realização de eventos. Isso mantém dividida a opinião dos bangers onde alguns repudiam a associação do underground a políticas públicas.
Diego: Muitos organizadores lutam pra acontecer eventos como “Rock Cordel” e “ForCaos”. Eventos que têm apoio de administrações públicas. No meu ponto de vista eventos como esses ajudam muitas bandas a laçar seu material por causa do cachê. Nosso primeiro material, por exemplo, veio com ajuda do “Rock Cordel”, pois não tínhamos condições financeiras de lançar uma demo na época.

Rock-CE: Vocês já liberaram duas demos e estão com uma formação consistente. Quais os projetos que a banda pretende pôr em prática em 2015?
Diego: Bem, pretendemos lançar agora um full length. Provavelmente daqui pro meio do ano estaremos com alguma coisa nova, pois estamos trabalhando pra isso.



Rock-CE: A banda pretende compor com os mesmos temas que vem sendo abordados, ou há um interesse em expandir seus assuntos?
Diego: Nas duas demos que a gente lançou sempre falávamos muito de guerra e política. A gente mudou um pouco, estamos mais abordando o assunto sobre religião. Uma coisa q a gente acha inútil.

Rock-CE: Agradecemos por atender o nosso convite, pode deixar recado aos fãs da banda.

Diego: Eu que agradeço, grande Leonardo! Quero agradecer também a toda galera de Fortaleza, nossos amigos que estão sempre comparecendo e agitando nosso show. Que esse legado permaneça sempre!

Fotos: Arquivo Underground / Gandhi Guimarães / André Rocha 


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